Escrito por: Redação CUT | texto: André Accarini

CUT participa de acordo para construção de Hospital Universitário do SUS em SC

Assinatura de cooperação técnica prevê início das obras em 2026 e contou com participação da CUT, representada por Lucilene Binsfeld, em uma luta histórica da região Oeste de Santa Catarina.

reprodução/Redes Sociais - CamilO Santana

A assinatura de um acordo de cooperação técnica realizada na terça-feira (9/12), em Chapecó, Santa Catarina, marca um passo decisivo para a construção do primeiro Hospital Universitário da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). A iniciativa, que contou com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana, abre caminho para o início dos estudos de implantação da unidade, cuja construção deve começar em 2026.

A CUT participou da atividade, representada por Lucilene Binsfeld, diretora nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs-CUT) e secretária-geral do Instituto Observatório Social (IOS). A presença da CUT reforça o caráter histórico da mobilização em defesa da saúde pública, da educação superior e do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) na região.

A CUT, em nome do coletivo sindical esteve na atividade em Chapecó. O acordo é  uma luta que a gente faz há tempos – a de ter um hospital universitário no campus da Universidade Federal Fronteira Sul. Mas para além dele, também pedimos um campus para São Miguel”, disse a dirigente.

Ponto de partida

O acordo assinado pelo Ministério da Educação é considerado fundamental para viabilizar uma demanda antiga de moradores, pacientes e profissionais da saúde do Oeste catarinense. O ministro Camilo Santana reforçou que o hospital será 100% integrado ao SUS, garantindo atendimento gratuito à população e ampliando a formação de novos profissionais da área da saúde.

Atualmente, a região conta com apenas 1,5 leito do SUS por mil habitantes, número inferior à metade do considerado ideal. O novo Hospital Universitário surge como resposta direta a essa carência histórica, com o objetivo de atender não apenas Chapecó, mas diversos municípios do entorno.

O projeto prevê a instalação de 150 leitos, distribuídos entre áreas clínica, cirúrgica, obstétrica, pediátrica e Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A unidade contará ainda com estrutura completa para diagnóstico e atendimento ambulatorial.

Segundo o ministro, o hospital terá papel estratégico na formação acadêmica, sendo referência em ensino, pesquisa e inovação. A estrutura beneficiará diretamente os cursos de Medicina e Enfermagem da UFFS, além dos programas de residência da universidade.

Durante a visita, Camilo Santana também destacou investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nos campi da UFFS, voltados ao fortalecimento das estruturas existentes. Ele lembrou ainda que, no terceiro mandato do presidente Lula, foram autorizadas 9.600 vagas para professores e servidores, após seis anos sem novas vagas, além da recente liberação de cargos e vagas para coordenação de cursos, algo que não ocorria havia 13 anos na instituição.

A construção do hospital em Chapecó deve reduzir drasticamente esse tipo de deslocamento, conhecido como “ambulância terapia”, prática comum entre pacientes do Oeste catarinense que precisam cruzar o estado em busca de atendimento especializado. A assinatura do acordo representa o primeiro passo concreto para encerrar essa realidade.

Participação sindical e compromisso social

A presença da CUT na atividade reforça a articulação entre movimento sindical, universidade pública e políticas sociais. O Instituto Observatório Social (IOS), do qual Lucilene Binsfeld é secretária-geral, é uma organização sem fins lucrativos fundada em 1997 por iniciativa da CUT, Dieese, Cedec e Unitrabalho, com atuação nacional e internacional voltada à produção de conhecimento para o mundo do trabalho, a ação sindical, o diálogo social e o desenvolvimento sustentável.

A luta pelo Hospital Universitário da UFFS em Chapecó sintetiza esse compromisso histórico com a defesa do SUS, da educação pública e do direito à saúde para toda a população.