Escrito por: CUT
Lisboa fará pronunciamento na Barraca da Resistência, em Assunção
Antonio Lisboa, secretário de Relações Internacionais da CUT: liberdade para os presos políticos de Curuguaty
“Foi um processo jurídico viciado, montado para afastar o presidente Fernando Lugo e criminalizar a luta pela terra. Há um grande número de depoimentos, dados e documentos que comprovam a necessidade da anulação do julgamento dos camponeses. Eles são inocentes e não podemos permitir que sejam injustamente condenados”, afirmou Antonio Lisboa.
O pronunciamento do dirigente cutista integra a programação da 5ª Conferência Sindical Internacional “Os golpes parlamentares na região e suas incidências para os trabalhadores”, promovido pela CUT-Brasil e pela Central Unitária de Trabalhadores do Paraguai (CUT-A).
No mesmo dia e local será lançado o livro “Curuguaty, carnificina para um golpe”, do jornalista e assessor da CUT Leonardo Wexell Severo, que acompanha o caso como observador internacional. Durante a atividade será feita uma nova doação de exemplares da obra para os familiares arrecadarem recursos para o movimento pela anulação do processo.
VÍTIMAS VIRARAM CULPADAS
Após quatro anos, os 11 sem-terras que sobreviveram ao massacre ocorrido no dia 15 de junho de 2012 - em que morreram 17 pessoas - receberam penas que variaram de quatro a 35 anos de prisão. Sob acusações como “homicídio doloso”, “associação criminosa” e “invasão de propriedade alheia”, Rubén Villalba foi sentenciado com a pena maior, seguido de Luis Olmedo, com 20 anos; Nestor Castro e Arnaldo Quintana com 18 anos. Lucía Agüero Romero, Maria Fani Olmedo e Dolores López Peralta foram condenadas a seis anos e cumprirão domiciliar, enquanto Felipe Benítez Balmori, Juan Carlos Tillería, Alcides Ramón Ramírez e Adalberto Castro Benítez, sentenciados a quatro anos, foram soltos por já terem cumprido integralmente a pena.
Livro Curuguaty, carnificina para um golpe denuncia ação do imperialismo por trás da deposição de Lugo
CONFERÊNCIA SINDICAL INTERNACIONAL
Aberta com a visita à Barraca de Resistência das Vítimas de Curuguaty, a Conferência – que reunirá sindicalistas, políticos e parlamentares - prossegue na quarta-feira, sendo aberta com uma saudação do prefeito de Assunção, Mario Ferreira.
Pela manhã, a mesa “A CUT Brasil e o golpe parlamentar, seu impacto nos trabalhadores”, será feita por Antonio Lisboa; o senador e ex-presidente Fernando Lugo falará sobre “O porquê do golpe parlamentar no Paraguai” e o presidente da CUT-A, Bernardo Rojas, abordará “As consequências do golpe para os trabalhadores”.
Os debates da tarde iniciam às 14 horas com a exposição “O governo Lugo e suas relações com o parlamento”, feita pelo senador Miguel Ángel López Perito, seguida do debate “O governo de Cartes e o governo de Lugo: perspectivas para 2018”, com o senador Hugo Richer.