A CUT e a AFL-CIO, maiorcentral sindical norte-americana, firmaram um acordo na última quarta, 21 dejulho, em que se comprometem a agir de maneira unificada para exigir a criaçãode um imposto internacional sobre transações financeiras, que funcione como uminstrumento de coerção sobre o cassino especulativo e que sustente um fundomultinacional destinado a políticas sociais e ambientais. Como diz o texto doacordo, a medida "cria os fundos necessários para um eventual corte de orçamento,o desenvolvimento sustentável e combate das causas da pobreza".
A pressão por este impostovai se dar, adianta o texto do acordo, em espaços como o G-20 e entidadessindicais internacionais.
Incluir o conceito decontrapartidas sociais nos empréstimos concedidos por instituições financeirasmultilaterais é outro objeto de luta comum incluído no acordo. Com isso,organismos como o Banco Mundial, por exemplo, só liberariam recursos quecondicionassem seu uso ao respeito aos direitos humanos e trabalhistasfundamentais.
Estes pontos traduzem demaneira objetiva "as profundas reformas dos sistemas financeiros", defendida noacordo.
O acordo assinado prevêtambém ações conjuntas para organizar os trabalhadores dos dois países emdiversas frentes, como nas empresas que têm unidade nos dois países.
Para os trabalhadores etrabalhadoras brasileiros residentes nos EUA, a AFL-CIO se compromete a oferecerajuda para legalização de documentos, regularização da situação trabalhista epara organização sindical. A posição da AFL-CIO sobre os imigrantes, nãoimporta o país de origem, é a legalização de todos que residem nos EUA atualmente.A CUT, por sua vez, se compromete a preparar materiais didáticos e decomunicação, em português, para auxiliar o processo.
Para cumprir o acordo, asduas centrais vão colocar à disposição suas equipes, estrutura física e financeira.Os compromissos foram fechados durante visita de dois dias de uma delegaçãocutista à sede da AFL-CIO, em Washington (EUA).
"Estamos tomando umainiciativa com base nos princípios da solidariedade internacional e da união daclasse trabalhadora", diz Artur Henrique, presidente da CUT.
Richard Trumka, presidenteda AFL-CIO, completa: "Estamos buscando avanços na luta pelo desenvolvimentoeconômico baseados na geração de trabalho decente, distribuição equitativa darenda e no respeito aos direitos".
João Felício, secretáriode Relações Internacionais da CUT, destaca que o acordo tem grande importânciapor se opor à lógica financista que gerou a crise internacional.