Escrito por: Redação CUT | texto: André Accarini

CUT denuncia descaso e cobra ações contra mortes em fábricas da Gerdau e XCMG

Na Comissão Tripartite Paritária Permanente, CUT e CNM repudiam acidentes, exigem fiscalização, participação sindical nas investigações e políticas de prevenção, proteção e promoção da saúde dos trabalhadores

CNM/CUT
Loricardo Oliveira entrega carta denúncia à CTPP

A CUT, por meio de sua secretaria de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora da CUT e a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) a entregaram, no dia 14 de outubro, uma Carta Denúncia à Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP), órgão do governo federal responsável por debater e propor normas de segurança e saúde no trabalho.

O documento, que também foi enviado à Confederação Nacional da Indústria (CNI), expressa repúdio aos acidentes fatais ocorridos nas fábricas da Gerdau-Açonorte, em Recife (PE), e da XCMG Brasil, em Pouso Alegre (MG), e cobra providências imediatas para conter a escalada de mortes e adoecimentos nos ambientes de trabalho.

O texto, assinado pela secretária de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora da CUT Nacional, Josivânia Ribeiro e pelo presidente da CNM/CUT e representante da CUT na CTPP, Loricardo de Oliveira, e, destaca que os episódios não são casos isolados, mas “reflexo de uma estrutura de descuido e negligência que atinge trabalhadores e trabalhadoras em todo o país”.

“Não é possível mais apresentar problemas como aconteceram nos acidentes fatais. Essa comissão cria as normas e também faz as prevenções. Entregamos o documento para o setor empresarial para que saibam do que está acontecendo. Precisamos garantir que os sindicatos tenham direito de acompanhar os locais de trabalho junto com a CIPA e dar a proteção necessária ao trabalhador”, afirmou Loricardo.

Ele lembrou que a CNM/CUT vem propondo acordos nacionais de condições de trabalho, especialmente no setor do aço, para criar protocolos padronizados de segurança e saúde, mas “a própria Gerdau recusou fazer acordo desse tipo”, lamentou.

Tragédias que expõem o descaso

Em Recife, o trabalhador Márcio Roberto Farias Pugliesi, de 50 anos, operador de máquina na Gerdau-Açonorte, morreu após ficar preso em um equipamento. Já em Pouso Alegre, o jovem Eric Carone, de 24 anos, operador de montagem na XCMG Brasil, foi vítima de uma explosão durante a calibração de um pneu em uma máquina rolo compactador. Outros dois trabalhadores ficaram feridos.

Essas mortes, segundo as entidades, expõem falhas graves na prevenção de riscos e na aplicação das normas de segurança, e por isso demandam respostas rápidas e estruturais por parte do Estado e das empresas.

“Além de pressionar por apuração e responsabilizar as empresas, a carta também pode desencadear fiscalizações mais rigorosas e incentivar a adoção de medidas preventivas. Quando nós, trabalhadores e trabalhadoras, organizamos e levamos essas demandas à CTPP, isso fortalece o controle social e amplia as chances de mudanças estruturais que salvam vidas”, afirmou Josivânia Ribeiro.

Uma tragédia recorrente

Os dados citados na carta evidenciam a dimensão do problema. Desde 2012, o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho registrou 3.384.572 acidentes de trabalho com carteira assinada — uma notificação a cada 46 segundos. No mesmo período, foram 607.471 mortes, o equivalente a um óbito a cada 3 horas e 33 minutos. No Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), desde 2007, são mais de 4,2 milhões de registros, um a cada 8 minutos e 18 segundos.

A CUT alerta que as normas de saúde e segurança, como a NR-01, o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) e o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), precisam deixar de ser “formalidades burocráticas” e se transformar em práticas efetivas e fiscalizadas nas empresas.

Propostas concretas

A carta entregue à CTPP apresenta medidas concretas para reverter o quadro de insegurança no trabalho. Entre elas:

O documento também reconhece o papel essencial dos sindicatos locais — em Pernambuco e Pouso Alegre — que acompanharam as vítimas e suas famílias e exigiram responsabilização das empresas.

Relações de trabalho, não apenas comerciais

Loricardo acrescentou que a CNM/CUT vem dialogando com o governo federal e com a embaixada chinesa para discutir as condições de trabalho nas empresas de capital chinês instaladas no país, como a XCMG.

“Queremos reforçar a proteção à vida no chão de fábrica e referendar a luta que os sindicatos têm feito pela saúde e segurança. Nossa prioridade é a vida do trabalhador”, concluiu.

Com a denúncia e o conjunto de propostas apresentadas, a CUT reafirma seu compromisso com a defesa da vida e do trabalho decente, cobrando do Estado e das empresas medidas urgentes para garantir ambientes laborais seguros, saudáveis e respeitosos.

A CUT, por meio de sua secretaria de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora da CUT e a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) a entregaram, no dia 14 de outubro, uma Carta Denúncia à Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP), órgão do governo federal responsável por debater e propor normas de segurança e saúde no trabalho.

O documento, que também foi enviado à Confederação Nacional da Indústria (CNI), expressa repúdio aos acidentes fatais ocorridos nas fábricas da Gerdau-Açonorte, em Recife (PE), e da XCMG Brasil, em Pouso Alegre (MG), e cobra providências imediatas para conter a escalada de mortes e adoecimentos nos ambientes de trabalho.

O texto, assinado pela secretária de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora da CUT Nacional, Josivânia Ribeiro e pelo presidente da CNM/CUT e representante da CUT na CTPP, Loricardo de Oliveira, e, destaca que os episódios não são casos isolados, mas “reflexo de uma estrutura de descuido e negligência que atinge trabalhadores e trabalhadoras em todo o país”.

“Não é possível mais apresentar problemas como aconteceram nos acidentes fatais. Essa comissão cria as normas e também faz as prevenções. Entregamos o documento para o setor empresarial para que saibam do que está acontecendo. Precisamos garantir que os sindicatos tenham direito de acompanhar os locais de trabalho junto com a CIPA e dar a proteção necessária ao trabalhador”, afirmou Loricardo.

Ele lembrou que a CNM/CUT vem propondo acordos nacionais de condições de trabalho, especialmente no setor do aço, para criar protocolos padronizados de segurança e saúde, mas “a própria Gerdau recusou fazer acordo desse tipo”, lamentou.

Tragédias que expõem o descaso

Em Recife, o trabalhador Márcio Roberto Farias Pugliesi, de 50 anos, operador de máquina na Gerdau-Açonorte, morreu após ficar preso em um equipamento. Já em Pouso Alegre, o jovem Eric Carone, de 24 anos, operador de montagem na XCMG Brasil, foi vítima de uma explosão durante a calibração de um pneu em uma máquina rolo compactador. Outros dois trabalhadores ficaram feridos.

Essas mortes, segundo as entidades, expõem falhas graves na prevenção de riscos e na aplicação das normas de segurança, e por isso demandam respostas rápidas e estruturais por parte do Estado e das empresas.

“Além de pressionar por apuração e responsabilizar as empresas, a carta também pode desencadear fiscalizações mais rigorosas e incentivar a adoção de medidas preventivas. Quando nós, trabalhadores e trabalhadoras, organizamos e levamos essas demandas à CTPP, isso fortalece o controle social e amplia as chances de mudanças estruturais que salvam vidas”, afirmou Josivânia Ribeiro.

Uma tragédia recorrente

Os dados citados na carta evidenciam a dimensão do problema. Desde 2012, o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho registrou 3.384.572 acidentes de trabalho com carteira assinada — uma notificação a cada 46 segundos. No mesmo período, foram 607.471 mortes, o equivalente a um óbito a cada 3 horas e 33 minutos. No Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), desde 2007, são mais de 4,2 milhões de registros, um a cada 8 minutos e 18 segundos.

A CUT alerta que as normas de saúde e segurança, como a NR-01, o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) e o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), precisam deixar de ser “formalidades burocráticas” e se transformar em práticas efetivas e fiscalizadas nas empresas.

Propostas concretas

A carta entregue à CTPP apresenta medidas concretas para reverter o quadro de insegurança no trabalho. Entre elas:

O documento também reconhece o papel essencial dos sindicatos locais — em Pernambuco e Pouso Alegre — que acompanharam as vítimas e suas famílias e exigiram responsabilização das empresas.

Relações de trabalho, não apenas comerciais

Loricardo acrescentou que a CNM/CUT vem dialogando com o governo federal e com a embaixada chinesa para discutir as condições de trabalho nas empresas de capital chinês instaladas no país, como a XCMG.

“Queremos reforçar a proteção à vida no chão de fábrica e referendar a luta que os sindicatos têm feito pela saúde e segurança. Nossa prioridade é a vida do trabalhador”, concluiu.

Com a denúncia e o conjunto de propostas apresentadas, a CUT reafirma seu compromisso com a defesa da vida e do trabalho decente, cobrando do Estado e das empresas medidas urgentes para garantir ambientes laborais seguros, saudáveis e respeitosos.