Escrito por: Thais Tosta, da CUT-BA

CUT Bahia prepara agenda de mobilização contra o golpe

Plenária reuniu lideranças sindicais da capital e partidos de esquerda

CUT Bahia

A história de luta pela democracia, a importância do voto popular, a consciência da tentativa de um iminente golpe de estado e uma única afirmação: não vai ter golpe! 

Esta era a certeza de dezenas de lideranças sindicais que participaram na noite de ontem (07) em Salvador, da Plenária Sindical Organizativa contra um possivel golpe de estado. A Direção Estadual Cutista convocou em caráter emergencial a atividade - logo após o anuncio de pedido de impedimento- para dar inicio aos trabalhos da agenda de mobilização e luta na Bahia, que terá como eixo central a defesa da democracia e a luta contra um possível golpe de estado que já está em curso. “Estamos vivenciando um dos momentos mais difíceis do PT. A CUT tem dado uma demonstração clara de avanços na construção de uma agenda em defesa dos trabalhadores e da democracia brasileira e esta de parabéns por protagonizar mais esse processo. Não podemos perder de vista a importância dos movimentos sociais. Essa Plenária só demonstra o comprometimento da CUT estadual. Nós estamos propondo um debate em defesa da democracia e contra ao golpe e a idéia é que possamos  integrar diuturnamente as idéias a partir de agora”, disse o presidente estadual do PT baiano, Everaldo Anunciação. 

A Plenária reuniu nomes que fizeram história no enfrentamento da ditadura e no golpe militar de 1964, em que o Brasil amargou 21 anos de ditadura. “ Os trabalhadores baianos são legítimos defensores do Estado de Direito Democrático. Estamos assistindo a essa tentativa golpista de uma mídia partidária... há um clima golpista em andamento e esse clima só será barrado com  a movimentação social. É importante lembrar que o Brasil tem um histórico golpista e vamos lutar contra esse mal . Lembrou o secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Emiliano José.

Conduzindo a Plenária sindical que lotou o auditório cutista, o presidente Cedro Silva mostrou-se otimista e afirmou que a CUT não sairá das ruas. “ O golpe não passará! Estamos aqui hoje para decidir os rumos das nossa ações de forma coletiva e  defender a democracia brasileira. Sairemos daqui com deliberações importantes para ocupar as ruas nos próximos dias. A força de trabalho que movimenta a economia brasileira é basicamente constituída por nós.  Sem Cunha, Sem golpe” destacou o presidente Cutista.

O combate a atual política econômica, que penaliza a população brasileira e promove retrocessos nos direitos trabalhistas, a exemplo do “Plano Levy”, foi alvo de duras criticas da presidente da FETRAF Bahia, também dirigente da  CUT nacional Elisangela Araujo, que  fez uma avaliação. “ Não podemos negar que saímos às ruas em defesa da nossa economia ao longo de todo o ano. A CUT tem feito neste governo  todo o enfrentamento necessário  contra o plano nefasto do ministro Levy e contra toda a política que prejudique a classe trabalhadora. Não vamos permitir que o este homem (o Cunha) sujo, corrupto,sem moral,  leve o Brasil ao caos”, afirmou Elisangela  que continuou o discurso defendendo o mandato da presidente Dilma e destacando o importante papel da força dos movimentos sociais e populares: “Da mesma maneira que fomos cobrar do governo um plano econômico que não prejudicasse a classe trabalhadora, cobraremos dos culpados o preço da  irresponsabilidade que foi submetido o país com esse pedido de impedimento. Quem sempre foi dianteira em todas as lutas que trouxeram as mudanças históricas neste Brasil  foram os movimentos sociais, portanto; vamos trazer o povo pra as ruas e vamos reverter o quadro”, finalizou.

A mesa foi composta por diversas representações dos movimentos sociais, juventude, partidos históricos de luta contra a direita no Brasil, e diversas outras entidades sindicais. Representando o PCO de Feira de Santana,o jovem  Leonardo Pedreira lembrou que o momento é de concentrar os esforços em um único objetivo: “Este é o momento que devemos deixar as divergências partidárias de lado e construirmos uma pauta unificada. É importante chegar aqui e ver os movimentos sociais organizados reunidos em uma só pauta. Vale lembrar também que o PCO já vinha há muito tempo denunciando o golpe e, para que não se configure, precisamos nos unir e reagir nas ruas, esquecendo todas as diferenças para defender a democracia brasileira”, opinou.

Representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), compareceram a Plenária para dizer: “MST, a luta é pra valer!” e reafirmar  o compromisso de luta em todas as instâncias que possam beneficiar a classe trabalhadora. Leonice Ferreira, membro da direção estadual do MST, acredita que a construção dos encontros fortalece a unidade política e a só com a organização os resultados serão alcançados e deu o seu recado. “Precisamos organizar o nosso povo e dizer que estamos insatisfeitos com  o que está acontecendo no nosso pais. Quem tem que sair é Eduardo cunha e ir direto para a cadeia. Nos só vamos conseguir chegar em algum lugar quando a gente conseguir se organiza. Lutar, construir reforma agrária popular”,

Representando a Universidade Federal da Bahia (UFBA), o professor Penildo Silva, colocou-se à disposição, destacando o histórico de apoios em batalhas populares ao lado da juventude mulheres e negros do estado.”Nós, da Universidade Federal, queremos nos colocar a disposição dessa luta. O golpe representa um retrocesso para toda a sociedade civil. Devemos estar atentos a isso”, destacou.

Com palavras de ordem “Não vai ter golpe” e “ Dilma Fica”, o plenário acompanhava atento as inserções que levaram aos encaminhamentos centrais para organização nos próximos dias. O presidente Cedro Silva encerrou a Plenária destacando a importância do momento e relembrou o papel de cada ator social naquele espaço. “Estamos aqui não para fazer discursos, o nosso chamado é para que todos que acreditam no pais democrático em que o exercicio do voto é soberano se comprometam para unir todos os esforços em uma contra-ofensiva firme para derrotar o golpe. Após os encaminhamentos, o hino nacional foi executado para encerrar oficialmente o encontro.

Veja o que pensam algumas das lideranças que participaram da agenda de construção e se preparam  para sair às rua e defender o voto popular. 

Secretaria Estadual de Juventude do PT, Elen Coutinho.

“ A democracia ou se constrói pelas nossas mãos ou ela não virá. A disputa pelo “ Fora Cunha”  é primordial para a juventude.  Mais que garantir a democracia, nos queremos avançar. Mais do que garantir o “ Fica  Dilma”, vamos tirar Cunha da presidência e garantir uma eleição mais limpa e mais justa em 2018”.

Franklin Oliveira, representante da Intersindical e da Frente Povo Sem Medo 

“Pedaladas não é fator preponderante para solicitar um pedido de impedimento. Precisamos ter  responsabilidade, pois além da crise econômica, da crise política; teremos que enfrentar a crise social. Portanto, nos cabe a disputa da opinião pública de forma emergencial”. 

Antônio Jorge, FAPESCA ( Federação dos Pescadores do Estado)

“Sou pescador, filho e neto de pescador... E, posso afirmar pra vocês que não sabem o sofrimento de quem vive da pesca. Em seu governo, o Lula olhou para nós e fundou o nosso Ministério mas, agora, foi extinto. As nossas diretrizes para enfrentar o golpe são:  “ Lealdade, transparência e responsabilidade com o nosso povo. Integro a turma de saldados que sairão  às ruas para dizer Fora Cunha e Dilma Fica”.

Antônio Raimundo “Loteba”. 

O movimento sindical tem que parar o Brasil” presidente do diretório municipal do PT de Candeias. 

Magda Almeida – Movimento da Economia Solidária ( Unisol Bahia)

Fico feliz quando vejo um grande número de mulheres nesta plenária, estamos aqui para reafirmar o nosso compromisso com esse projeto político. Queremos levantar essa bandeira para que não haja  retrocessos. Precisamos avançar nas pautas que favorecem os movimentos sociais, a juventude, os negros, os pobres.Não podemos parar”, disse.

Walter Takemoto- Movimento Passe Livre

“Temos que organizar a luta dos trabalhadores. Se não construirmos uma jornada de lutas que efetivamente consiga barrar essa tentativa de golpe, não conseguiremos. A nossa tarefa é organizar a luta e chamar todas as centrais e movimentos populares para avançar democraticamente no nosso pais”. 

“ O movimento sindical tem que parar o Brasil” presidente do diretório municipal do PT de Candeias,