Em diversos pontos de João Pessoa e do interior, o governo fixou cartazes com a informação de que o Produto Interno Bruto (PIB) da Paraíba cresceu 6,7% em 2006, mais do que a média de 4% do Brasil, de 2005 para 2006. Os dados foram divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Porém, nos últimos anos, enquanto assistia à chegada de empreendimentos de grande porte aos Estados vizinhos (Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará), a Paraíba recebeu o impulso econômico do feijão e do abacaxi, tradicionais culturas do Estado que tem o 4º menor PIB per capita do Brasil, à frente apenas de Alagoas, Maranhão e Piauí. Para a gestão estadual, o problema reside em questões partidárias, da oposição do PSDB do governador Cássio Cunha Lima ao PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Alguns Estados foram mais agraciados do que outros pelo governo federal neste governo", afirma Franklin Araújo, secretário de Planejamento da Paraíba. O professor de economia Ademário Félix de Araújo Filho, da Universidade Federal da Paraíba, concorda em relação às questões políticas, mas acha que o foco é outro. "Não existe um projeto de desenvolvimento na Paraíba. Só há projetos pessoais dos políticos. Em meio à disputa, quem perde são os paraibanos", diz.
O Estado é bastante dependente dos recursos repassados pelo governo federal. De 1.102 milhão de famílias paraibanas, 420 mil recebem o Bolsa Família. Para um orçamento estadual fixado em R$ 5,6 bilhões neste ano, só as transferências constitucionais para a Paraíba e seus municípios somaram R$ 1,8 bilhão até outubro.