Escrito por: CUT-MS

Congresso da CUT/MS homenageia o centenário...

O CECUT/MS acontece na sede da FETEMS e conta com a participação maciça dos trabalhadores em educação.

O no 9º Cecut - Congresso Estadual da CUT (Central Única dos Trabalhadores) de Mato Grosso do Sul, que homenageia o centenário de Apolônio de Carvalho, militante político histórico, começou na tarde desta quinta-feira (17) em Campo Grande, na sede da FETEMS, durante os dias 17,18 e 19 de maio.

As atividades iniciaram, na tarde desta quinta-feira (17) com o 'Encontro das mulheres da CUT sobre paridade'. No início da noite aconteceu a abertura oficial do evento, com a participação de dirigentes sindicais, como o presidente da FETEMS, Roberto Magno Botareli Cesar, e lideranças políticas, como o deputado federal e ex-presidente da Federação, Antônio Carlos Biffi. Na oportunidade foi exibido um vídeo em homenagem ao nascimento de Apolônio Carvalho.

Nesta sexta-feira (18) pela manhã haverá exposição e debate sobre as conjunturas estaduais, nacionais e internacionais. À tarde, acontece a apresentação de trabalhos embasados em teses nacionais e estaduais com a participação de 10 grupos que debaterão os assuntos.

No sábado (19), haverá a continuidade dos trabalhos em grupos com a plenária e às 10h, eleição da direção da CUT estadual, com apresentação da comissão eleitoral, chapas e candidatos para o triênio 2012 – 2015. Após o processo, haverá um almoço de confraternização entre os participantes.

Além da diretoria da FETEMS, dirigentes sindicais dos SIMTED’s (Sindicatos Municipais dos Trabalhadores em Educação) de Jardim, Dourados, Ponta Porã, Terenos e Caarapó também estão participando do Congresso.

 

APOLÔNIO DE CARVALHO

 

Apolônio de Carvalho – nome dado ao Congresso realizado pela CUT - foi um homem com a ideologia política sempre voltado para a 'esquerda' e passou boa parte de sua vida no exílio. Durante a sua juventude, ele serviu o Exército Brasiliero em Bagé, no Rio Grande do Sul, e entrou, em 1935, para a Aliança Nacional Libertadora (ANL), que reunia democratas, socialistas e comunistas contra os avanços da extrema-direita.

Em junho de 1935 a ANL foi declarada ilegal, Apolônio foi preso pela primeira vez e perdeu a patente de tenente. Durante a prisão, foi transferido para a Casa de Correção, no Rio de Janeiro.

Segundo Apolônio, foi nessa ocasião que tomou conhecimento da existência do Partido Comunista Brasileiro (PCB), ao qual se filiou ao ser solto, em 1937. Viajou para a Espanha, a fim de se engajar nas Brigadas Internacionais que lutavam contra o ditador Francisco Franco na Guerra Civil (1936-1939).

Voltou ao Brasil no final de 1946, quando o PCB voltara a ser legal. Presidiu a União da Juventude Comunista (UJC), que tinha como secretário-geral João Saldanha, depois jornalista e técnico da Seleção Brasileira. Um ano depois, o PCB foi posto na ilegalidade e a UJC, dissolvida. Novamente, Apolônio mergulhou na clandestinidade, vivendo na União Soviética, de 1954 a 1957, mesma época em que foram denunciados os crimes de Stálin, o ditador russo, foi quando o militante conseguiu superar o que chamava de "visão ilusória e fantasiosa do socialismo". Ao retornar ao Brasil, mesmo crítico do PC, Apolônio passou a escrever na revista do partido, "Novos Rumos", e participou da sua comissão de Educação, dando cursos de formação.

Com o golpe militar de 1964, ele defendeu a luta armada e fundou o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). Enfrentando a ditadura, foi preso e torturado, em 1969. Um ano depois, um comando guerrilheiro sequestrou o embaixador alemão e, para libertá-lo, exigiu a soltura de 39 presos, Apolônio entre eles.

Exilado, foi para a Argélia, e depois para a França, onde viveu até a anistia política, em 1979. De volta ao Brasil, participou da fundação do Partido dos Trabalhadores. No entanto, devido a seu descontentamento com os rumos do governo Lula, sua família não permitiu que a bandeira do PT fosse colocada sobre seu caixão, quando morreu.

Por serviços prestados na Resistência, foi condecorado com a Legião de Honra pelo governo da França. Pela luta na Espanha, recebeu a cidadania espanhola, nos anos 1990. Nessa mesma década, por recomendação médica, Apolônio afastou-se da militância política intensa.