Escrito por: Hora do Povo
Multinacionais: Whirlpool (EUA), Mabe (México/EUA), Electrolux (Suécia), LG (Coreia) e Samsung (Coreia) dominam o setor
O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, se reuniu na quarta-feira com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, para discutir a prorrogação da desoneração de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para produtos da linha branca (máquinas de lavar, geladeiras, fogões e tanquinhos), prevista para acabar no próximo dia 30. A Eletros reivindica que o IPI seja fixado em 4%, para todos os produtos da linha branca, já que, para alguns, a taxa, sem qualquer isenção, atinge 20%.
Em dezembro do ano passado, a alíquota do IPI sobre fogões caiu de 4% para zero e sobre tanquinhos diminuiu de 10% também para zero. Sobre geladeiras, caiu de 15% para 5% e para as máquinas de lavar, de 20% para 10%, que deveria valer até março, mas que foi estendida até junho.
Segundo Kiçula, o secretário-executivo da Fazenda solicitou um estudo sobre o desempenho das vendas que justifique a prorrogação, a ser discutida novamente em uma nova reunião.
Kiçula informou que as vendas cresceram entre 5% e 10%, de acordo com o produto, no primeiro trimestre de 2012 na comparação com o mesmo período de 2011. Em abril voltou a cair, voltando a crescer 5% em maio, ante o mesmo mês do ano passado. O segmento de linha branca é controlado por multinacionais: Whirlpool (EUA), Mabe (México/EUA), Electrolux (Suécia), LG (Coreia) e Samsung (Coreia).
A Whirlpool - dona das marcas Brastemp e Consul -, por exemplo, teve um lucro líquido no Brasil, em 2011, de R$ 164,594 milhões. No ano anterior, de R$ 267,087 milhões e em 2009, de R$ 161,408 milhões.
Desoneração significa tirar recursos do Estado para turbinar os lucros das empresas, no caso, multinacionais. Portanto, mais remessas de lucros para suas matrizes.
No dia 30 de junho acaba também a redução de IPI para lustres, papeis de parede, laminados e revestimentos e móveis. Para as luminárias, a alíquota baixou de 15% para 5%; para laminados de 15% para 0%; papel de parede de 20% para 10%; e para móveis de 5% para 0%.