Escrito por: CUT Nacional
Cida Trajano é a nova presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Vestuário
Nova Direção da CNTV
Participaram do Congresso, 115 delegados, sendo 67 homens e 48 mulheres.
História
A Fundação do Departamento Nacional do Vestuário da CUT - DNTV-CUT ocorreu em 1989, como resultado das iniciativas do Sindicato dos Coureiros de São Paulo, Sindicatos dos Sapateiros de Franca - SP Sindicatos dos Sapateiros de Novo Hamburgo - RS e da articulação das entidades filiadas à CUT do ramo.
Após inúmeras discussões, em 1997 foi realizado o congresso onde o Departamento foi transformado na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Vestuário da CUT onde também foi aprovada sua filiação à FITVCC - Federação Internacional dos Trabalhadores no Vestuário, Couro e Calçados.
Nesses quase 20 anos, a CNTV cresceu muito politicamente dentro da estrutura da CUT, construindo uma história de grande importância. Hoje, a CNTV tem 75 sindicatos filiados, com número total de 237.459 mil trabalhadores em sua base.
Lutas
Entre as propostas discutidas e aprovadas durante o Congresso estão: organização do ramo em nível nacional; a realização de uma ampla campanha de sindicalização; o fortalecimento e ampliação das disputas das oposições nas categorias do ramo; a campanha de filiações aos sindicatos do ramo, CUT e CNTV; campanhas contra a terceirização e quarteirização do setor e debates sobre assuntos pertinentes às categorias que compõem o ramo.
Uma das bandeiras antigas da Confederação é o combate a terceirização e quarteirização das relações do trabalho. O acirramento da competição entre as indústrias serviu de pretexto para a implantação da terceirização como forma de reduzir os custos da mão de obra. Essas mudanças, já há algum tempo, têm causado sérios e inadmissíveis prejuízos aos trabalhadores. A presidente da CNTV, Cida Trajano, destaca que este será um dos pontos principais de luta da nova diretoria. "Nós iremos desenvolver uma campanha nacional contra a precarização das relações do trabalho. O fato é que é uma terceirização na nossa categoria acaba tirando muitos operários de dentro da fábrica e traz, muitas vezes, consequencias irreparáveis."
Outra discussão está na relação da mulher com o mercado de trabalho. No ramo vestuário, a presença da mulher como operária é muito grande. "Apesar de haver uma grande participação das mulheres no nosso ramo, ainda persistem os preconceitos e poucos cargos de chefia são preenchidos por mulheres. Os salários das operárias em média são inferiores ao dos homens mesmo para exercício da mesma função" relata Cida. Para ela, além equiparação salarial, "o assédio moral no ambiente de trabalho continua a ser uma realidade quase generalizada e é um dos desafios para a próxima diretoria."
O que vem dificultando as ações políticas da maioria dos sindicatos do ramo é a proliferação de pequenas empresas, fato muitas vezes associado à demissão de trabalhadores que assim, montam a sua própria linha produção, caseira na maioria das vezes, e passam a prestar serviços para a fábrica em que trabalhavam, com condições precárias de salário e de trabalho, relata Cida. "Esse será um dos maiores de nossa gestão e nosso papel é dialogar com os trabalhadores e trabalhadoras do ramo, chamando para luta, mobilizando para que tenham seus direitos garantidos e ampliados".