Escrito por: Redação CUT

CNTE repudia repressão contra educadores em Rondônia e cobra governo estadual

Professores e funcionários em greve foram recebidos com truculência pela segurança estadual ao chegarem na SEDUC; entidade cobra diálogo do governo

Reprodução

A mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras de educação da rede estadual de ensino de Rondônia, realizada em Porto Velho nesta terça-feira (19), foi marcada por violência policial e hostilidade por parte da segurança do governo estadual de Coronel Marcos Rocha (União). A denúncia foi feita pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que repudiou a repressão e reforçou o apoio ao movimento grevista organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Rondônia (SINTERO).

As caravanas, vindas de 11 regionais do estado, se concentraram no Centro Político-Administrativo (CAP), sede da Secretaria Estadual de Educação (SEDUC). Segundo a CNTE, os trabalhadores foram impedidos de entrar no local e receberam tratamento truculento, o que gerou tumulto e indignação.

A mobilização integra a greve iniciada no dia 6 de agosto, que reivindica a realização de mais concursos públicos para a educação, valorização da titulação e atendimento a outras demandas históricas da categoria. Na parte da tarde, os educadores seguiram até a Assembleia Legislativa do Estado, onde foram recebidos pelos deputados e conseguiram avançar: foi criada uma comissão parlamentar para discutir as reivindicações junto ao governo.

Para a CNTE, este é o caminho que deve prevalecer em uma sociedade democrática: a abertura de diálogo e negociação política em lugar da repressão. A entidade pede que o governo estadual de Rondônia assuma a responsabilidade de negociar com os professores, funcionários e o SINTERO, a fim de garantir o fim da greve e a retomada da normalidade na rede pública de ensino.

Nota da CNTE na íntegra

A manifestação justa e legítima dos/as trabalhadores/as em educação da rede de ensino estadual de Rondônia foi marcada pela ação desastrosa e truculenta das forças de segurança do Estado. As caravanas que chegaram a Porto Velho no dia de ontem, de 11 regionais do Estado, foram recebidas no Centro Político-Administrativo (CAP), onde fica a sede da Secretaria Estadual de Educação (SEDUC), com absoluta hostilidade e violência por parte estrutura de segurança local, impedindo a entrada dos/as manifestantes e gerando muito tumulto.

O ato convocado pelos/as professores/as e funcionários/as de educação da rede estadual de ensino, e organizado pelo SINTERO, o sindicato representativo das categorias, fez parte do movimento grevista iniciado ainda no dia 6 de agosto e, até hoje, no aguardo de resposta do Governo Estadual. A luta por realização de mais concursos públicos para a educação, valorização da titulação e outras demandas se constituem em uma pauta legítima dos/as educadores/as no Estado e devem receber o seu justo atendimento.

A manifestação, que seguiu na parte da tarde para a Assembleia Legislativa do Estado, teve mais sorte por lá, onde o encontro com os/as deputados da ALE-RO resultou na criação de uma comissão para discutir os temas da educação e dos/as educadores/as. É isso que se espera em uma sociedade regida pelo Estado Democrático de Direito, onde deve imperar o senso de responsabilidade política dos que assumem a nobre função pública de gestão do Estado.

Os/as educadores/as brasileiros/as repudiam a violência com que os/as trabalhadores/as em educação da rede de ensino estadual foram recebidos no CAP e conclama ao governo estadual o esforço para a negociação com os/as professores, funcionários e seu sindicato, SINTERO. Só assim é possível esperar o fim do movimento grevista e o retorno à normalidade da oferta desse tão importante serviço público educacional.

Brasília, 20 de agosto de 2025

Direção Executiva da CNTE