Caixa e Nossa Caixa estão entre os bancos com maior número de reclamações

 

São Paulo - Mais uma vez a Nossa Caixa e a Caixa Econômica Federal aparecem entre os cinco bancos com maiores índices de reclamações de clientes no Banco Central. O motivo é claro: as condições de trabalho em ambas as instituições estão, cada um a seu modo, se deteriorando a cada dia que passa e refletindo no atendimento.

A Nossa Caixa permanece na lista desde julho do ano passado, figurando sempre entre o quarto e o quinto lugares. Na última, de janeiro, ficou em quinto. A Caixa, por sua vez, entrou no ranking em agosto para não sair mais, estando sempre entre as três primeiras colocações. No mês passado, foi a terceira, mas já liderou em agosto e setembro e foi a segunda em dezembro.

"O alto índice de reclamações há tanto tempo nos deixa triste, mas não nos surpreende. Faltam funcionários em todas as áreas", diz Jackeline Machado, diretora do Sindicato e empregada da Caixa. "Na Nossa Caixa não tem um planejamento sério para o problema da falta de funcionários, o que causa assédio moral e pressão por metas abusivas", acrescenta Raquel Kacelnikas, diretora do Sindicato e funcionária da Nossa Caixa.

Falta de aviso e atitude do Sindicato não é, pois há meses os trabalhadores denunciam as dificuldades impostas pelas direções e se mobilizam a fim de lutar para que o desrespeito aos bancários seja banido.

3 mil - A questão da falta de empregados na Caixa é tão dura que foi objeto de negociação na campanha nacional do ano passado, quando foi fechado, após a greve de nove dias, um acordo para a contratação de 3 mil novos trabalhadores até o final do ano. Como até agora isso não foi cumprido, os bancários estão em campanha para pressionar a direção do banco para cumprir o acordo.


"Na realidade, nossa demanda é muito maior. Calculamos a necessidade em torno de 30 mil novas contratações, e é esse o debate que fazemos através da campanha '"+ empregados para a Caixa, + Caixa para o Brasil'. O número 3 mil foi um esforço nosso de negociação para ficar em um número exequível", completa Jackeline.

A atitude, ou a falta dela, da Caixa é tão desmoralizante, que a nem a presidenta do banco soube explicar o porque do não cumprimento do acordo. Recentemente, ao ser questionada sobre o assunto, simplesmente se calou.

Assédio moral - Na Nossa Caixa, a falta de funcionários, alidada a uma gestão desastrosa liderada pelo governo do estado, gera uma pressão absurda por metas abusivas e assédio moral. Após intensa pressão feita atavés da divulgação de casos e mais casos desta natureza, os representantes dos bancários da estatal arrancaram uma negociação onde exigem não só o final desta prática mas também soluções para diversos outros problemas.