Escrito por: Redação CUT
Ex-presidente e mais sete réus são acusados de cinco crimes pela Procuradoria Geral da República (PGR) e podem pegar mais de 30 anos de prisão cada um. Bolsonaro pode pegar até 46 anos de prisão
Para tentar fugir de pagar por seus crimes o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem feito articulações junto aos parlamentares de direita e de extrema direita no Congresso Nacional para pedir anistia, antes mesmo de ser formalmente condenado, o que vai contra a opinião da maioria dos brasileiros que grita: “Sem Anistia”. Para 56% da população, segundo pesquisa Quaest, publicada em abril deste ano, Bolsonaro não deve ser perdoado pelos seus crimes.
Um importante passo para a sua prisão foi dado pela Procuradoria Geral da República (PGR) nessa segunda-feira (14), que apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) os argumentos e provas de cinco crimes cometidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus.
No documento, que tem 517 páginas, o procurador-geral, Paulo Gonet, acusou o ex-presidente de liderar a articulação de um plano para desacreditar o sistema eleitoral e incitar medidas de exceção contra as instituições. Ele pode pegar até 46 anos de prisão.
Bolsonaro é acusado de:
Tentativa de golpe de Estado: (12 anos);
Organização criminosa armada: (20 anos);
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito: (8 anos)
Dano qualificado contra o patrimônio da União (3 anos) e;
Deterioração de patrimônio tombado (3 anos)
Em agosto, setembro de 2022, Bolsonaro ataca a segurança das urnas e diz que só perde se for roubado. Começa o clima de ruptura.
Em dezembro de 2022, a minuta do golpe é encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Bolsonaro foge para o exterior dias antes de deixar o cargo e acampamentos golpistas são incentivados em quartéis.
Véspera de Natal 2022, tentativa de explodir bomba no aeroporto de Brasília. Autor do atentado confessa, queria criar caos para justificar intervenção.
1º de janeiro de 2023, Lula toma posse, Bolsonaro silencia nos EUA mas a conspiração segue, grupos organizam o ataque.
8 de janeiro de 2023, Congresso, STF e Planalto são invadidos e destruídos por milhares de apoiadores do ex-presidente.
O plano para consumar o golpe de Estado incluía os assassinatos do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Alexandre de Moraes que à época era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na manifestação, o procurador-geral descreveu o papel do ex-presidente Jair Bolsonaro na trama golpista. Segundo Gonet, o ex-presidente figura como líder da organização criminosa e foi o “principal articulador e maior beneficiário” das ações para tentar implantar um golpe de Estado no país em 2022.
Nas palavras de Gonet, o ex-presidente instrumentalizou o aparato estatal e operou em “esquema persistente” de ataque às instituições públicas e ao processo sucessório após o resultado das eleições presidenciais.
“Com o apoio de membros do alto escalão do governo e de setores estratégicos das Forças Armadas, mobilizou sistematicamente agentes, recursos e competências estatais, à revelia do interesse público, para propagar narrativas inverídicas, provocar a instabilidade social e defender medidas autoritárias”, disse o procurador.
Além de Bolsonaro, a PGR pediu a condenação dos seguintes réus:
Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e vice de Bolsonaro na chapa das eleições de 2022;
General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência - Abin;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Com a apresentação da manifestação da PGR, começa a contar o prazo de 15 dias para que a defesa de Mauro Cid, delator na investigação, apresente suas alegações finais ao STF.
Em seguida, será a vez das defesas dos réus apresentarem suas alegações no mesmo prazo.
Após receber todas as manifestações, a data do julgamento será marcada pela Primeira Turma da Corte.
Nos bastidores do STF, a expectativa é de que o julgamento seja realizado em setembro deste ano.
Agora finalmente a justiça está chegando para quem tramou o golpe de Estado.
“O golpista não é herói, é criminoso. E o Brasil não pode esquecer”.
Com informações da Agência Brasil