Escrito por: Agência Brasil
OBrasil conseguiu manter a massa salarial e o nível do emprego ao longo da crisefinanceira de 2009, em relação a 2008. A avaliação foi feita pelo coordenadorregional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudo (Dieese), RenatoLima.
Paraele, a decisão do governo federal de adotar uma política semelhante a quereivindicavam os sindicatos - com redução de impostos em áreas vitais para aeconomia - possibilitou o aumento do emprego em alguns setores, como aconstrução civil, o que, em parte, compensou o baixo rendimento e o desempregogerado no segmento industrial.
"Nocômputo geral, mesmo com o impacto da crise, a economia interna, dos própriosbrasileiros, por meio da circulação de mercadoria e salários, diluiu o impactomaior provocado pela crise - o que não aconteceu nos outros países. Nessespaíses, que optaram pela continuação da política neoliberal de estrangulamentodo crédito, os mercados internos não conseguiram dar pujança e obter resposta".
Asdeclarações do coordenador regional do Dieese foram dadas à Agência Brasil emreunião realizada esta semana, no Rio de Janeiro, durante a 4ª Jornada Nacionalde Debates, a Redução da Jornada de Trabalho e as Perspectivas para 2010.
Oencontro reuniu centrais sindicais de todo País. A ideia era fazer um balanço euma avaliação mais precisa sobre as negociações do acordo coletivo em 2009, emrelação às metas pré-fixadas e às projeções do emprego e da renda para 2010.
"Odebate vem demonstrando - por meio de uma série de estudos estatísticos,qualitativos e quantitativos - que no ano passado nós tivemos, diferentementedos anos anteriores, um ano com características recessivas dado o impacto queteve, também aqui no Brasil, a crise financeira internacional - especificamenteno setor industrial. A conclusão é que, mesmo com a crise, o movimento sindicalconseguiu manter os níveis salariais e o nível de crescimento do emprego - umavez que a queda foi muito pequena e ainda assim localizada".
"Poroutro lado, o movimento sindical brigou muito pela valorização do saláriomínimo e isto repercutiu em toda a cadeia da economia, pois mesmo as categoriasque não o recebem [o salário mínimo] tiveram seus rendimentos valorizados epuxados para cima".
ParaLima, programas de transferência de renda do governo federal, como o BolsaFamília, também ajudaram na manutenção da demanda do mercado interno.
"O equilíbriofoi dado pelo aumento do consumo interno, que, incentivado pelos programas detransferência de renda, como o Bolsa Família, e pela retirada de impostos dealguns produtos, ajudou o país e o trabalhador a ultrapassar este períodoturbulento da economia mundial".