O Sindicato dos Bancários do Ceará e a Associação dos Aposentados do BNB (AABNB) promoveram na segunda-feira, dia 17/12, o debate "Previdência Complementar – Fundamentos e Perspectivas – O Caso Capef (Caixa de Previdência dos Funicionários do Banco do Nordeste)- Planos BD (Benefício Definido), e CV (Contribuição Variável). O evento foi direcionado para funcionários da ativa e aposentados do BNB e contou com a participação dos palestrantes: Wanderley de Freitas, consultor da Globalprev/SP; Ricardo Sasseron, presidente da Anapar e diretor da Previ e o presidente da Capef, Francisco José Araújo Bezerra.
Para o secretário de Aposentados do SEEB/CE, Océlio Silveira, debater a Capef é muito importante. "Há algumas questões fundamentais a serem discutidas. Muitos funcionários vêm reclamando de altas contribuições e é preciso socializar as perspectivas para todos, novos e antigos", disse.
O presidente da Anapar, Ricardo Sasseron, enfatizou a necessidade de revisão do fator previdenciário do INSS. "E preciso encontrar um novo mecanismo para não penalizar os segurados. No entanto, caso se extinga o fator previdenciário, futuramente, será necessário se debater o limite de idade para aposentadoria. Mas é importante defender os direitos dos trabalhadores, não é justo, por exemplo, que esse limite seja estabelecido lá nos 60, 65 anos", disse. Ele destacou ainda que são necessárias políticas públicas para incentivar a criação de novos fundos de previdência complementar.
O consultor Wanderley de Freitas ressaltou que a previdência pública e privada devem andar de mãos dadas. "Até 1999, quando foi instituído o fator previdenciário, quem se aposentava com 35 anos de contribuição, a proporção da aposentadoria era de 100%, hoje essa proporção caiu para cerca de 70%, ou seja, a necessidade de um plano de previdência complementar vem aumentando ano a ano", explica. Ele criticou ainda a demora em se criar um novo plano para os funcionários do BNB, já que o plano BD encontra-se fechado desde 1997.
Já o presidente da Capef, Francisco José Bezerra, explicou que o plano BD foi criado com vários erros estruturais que culminaram com a necessidade de se fechar o plano para novas adesões. Ele informou ainda que o novo plano, de contribuição variável, está em tramitação para aprovação na Secretaria de Previdência Complementar (SPC).