Escrito por: Daiani Cerezer

Ato estadual da Feteesul reúne mais de 500...

Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino defende valorização permanente do piso estadual

Na tarde de sábado, 17, a Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (FeteeSul) promoveu um ato estadual da campanha salarial 2012 dos técnicos administrativos na Igreja Pompéia.

Mais de 500 trabalhadores ligados aos sindicatos de técnicos administrativos de todo o estado lotaram o salão da igreja. Com o tema Tem algo errado no ensino privado, os trabalhadores denunciaram para a sociedade as contradições de um setor que cresce a cada ano, mas resiste em valorizar os seus funcionários.

A mesa foi composta pelo presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski, o coordenador da Feteesul, Luis Gambim e o coordenador Regional Sul da Contee, Cássio Bessa.

Celsinho da CUT falou sobre a importância da valorização permanente do piso regional. “Através da sua valorização, os trabalhadores técnicos administrativos de Porto Alegre também terão aumentos salariais, sendo que estão incluídos na faixa 4 do piso regional. Além disso, ele serve de estímulo e referência para as negociações coletivas e interfere diretamente no reajuste salarial da categoria.” Ele ainda alertou para a necessidade do reajuste como um forte instrumento de distribuição de renda.

Gambim destacou o aumento das mensalidades no setor do ensino privado, que tiveram um acréscimo de cerca de 8,7% neste ano, sendo que a inflação não ultrapassou os 5,5%. “Essa distorção é histórica. Nos últimos anos, as escolas aumentaram seus preços em 37,8% acima da inflação. Enquanto isso, os salários foram reajustados em apenas 5,8%”.

Além disso, o coordenador da Feteesul afirmou que a maioria das categorias conseguiu aumento real este ano, segundo dados do Dieese, e questionou desabafando: “Porque é tão difícil para o setor de educação conseguir aumento? Nós, que deveríamos ser uma das categorias mais valorizadas deste país, estamos há 8 anos sem reajuste e lutamos por apenas 3% de aumento.”

Apesar de tudo isso, ao final de sua fala, Gambim argumentou que há acertos no ensino privado. Entre eles, citou a grande participação da categoria nas mobilizações, a demonstração de unidade dos trabalhadores e a campanha Tem algo errado no ensino privado.

Bessa colocou como a cara do ensino privado brasileiro o lucro x salário, afirmando que educação não é mercadoria. “Como medimos produtividade em educação? Para os patrões, é o lucro. Para nós, é a valorização dos trabalhadores em educação, o que deixa a categoria satisfeita e aumenta, consequentemente, a qualidade do ensino nas escolas.

Os representantes do Sintee Norte, Sintep Vales, Sintae RS, Sintep Serra e Sinteep Noroeste, todos filiados à CUT-RS, à CONTEE e à Feteesul, estiveram presentes e expressaram suas opiniões sobre o aumento real, redução da jornada de trabalho, saúde do trabalhador e vale-alimentação.

Uma peça de teatro da A2, de Passo Fundo, encerrou o evento animando os trabalhadores.