Escrito por: Ato nesta segunda em solidariedade às vítimas

Acidente Metrô / SP

A partir das 16h da próxima segunda-feira, 12/2, acontece, na estação Sé, ato público em solidariedade às vítimas e familiares da tragédia ocorrida nas obras da Linha 4 – Amarela.

 

A iniciativa foi tomada pelo Sindicato dos Metroviários de SP e diversas entidades da sociedade civil que estão se organizando para barrar o processo de privatização do Metrô e pressionar os parlamentares da Assembléia Legislativa do Estado a instalar uma CPI que investigue as causas do acidente e os contratos da obra e concessão da Linha 4 para a iniciativa privada.

 

Praticamente um mês, e nada - Nesta segunda-feira, a tragédia da Linha 4 completa um mês e até agora o governo do Estado e o Metrô não tomaram nenhuma medida para garantir a transparência das investigações, o que poder acontecer com a participação de profissionais experientes e com a capacitação necessária para, junto com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), investigar as causas do acidente e elaborar o laudo conclusivo.

 

A conseqüência disso seria que os trabalhadores, moradores da região da obras da Linha 4 e toda a população poderiam ter sua segurança garantida, hoje, até o fim das obras e durante a operação deste novo trecho da malha metroviária de SP. Do contrário, a dúvida e a insegurança permanecerão.

 

Mais metrô sem destruição da vida - Nesta quinta-feira (8/2) diversos veículos de informação publicaram a denúncia de que o Consórcio Via Amarela não agiu com a responsabilidade e o profissionalismo necessários na construção da Linha 4 – Amarela, colocando em risco a vida dos trabalhadores e de toda a população. Que mesmo com a constatação de irregularidades, o consórcio prossegue utilizando materiais inadequados, que os funcionários faziam “gambiarras”, e que havia um “acostelamento”, ou “falta de concreto projetado”, no túnel da estação Paulista. Como se não bastasse, pelo menos um carpinteiro contratado pelo Consórcio para fazer as escavações “não sabia o que era méga e muito menos repique”, o que demonstra a falta de preparo dos trabalhadores da obra.

 

Essas e todas as denúncias feitas pela imprensa são graves, ao contrário do que o Metrô considera. Por isso, o Sindicato dos Metroviários de SP vem a público manifestar sua indignação diante deste descalabro. E se for comprovada a denúncia de que um Programa de Aceleração de Obras foi implantado, a indignação e perplexidade desta entidade serão potencializadas.

 

Primeiro porque sempre alertamos autoridades e a sociedade sobre os riscos corridos pelos trabalhadores e cidadãos se empresas privadas viessem atuar no setor público, pois como já foi comprovado, seu interesse é economizar, acumular capital.

 

Para o Sindicato, é inadmissível que o governo estadual e a Cia. do Metropolitano tenham permitido que a extensão da malha metroviária fosse conduzida dessa maneira, quando empresas ditas tão competentes se omitem diante de regras fundamentais de procedimento.

 

Aqui é fundamental ressaltar que a operação da Linha 4 também deverá ser entregue para empresas privadas, e que entre elas estão a Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, que compõem o Consórcio Via Amarela.

 

E dessa maneira que esse governo estadual e a Cia. querem fazer a cidade de São Paulo progredir?

 

O Sindicato dos Metroviários de SP continuará a sua luta contra a privatização do Metrô, reivindicando a paralisação das obras, para que sejam feitas investigações transparentes e isentas, garantindo a segurança da população.

 

Também pressionará a Assembléia Legislativa do Estado de SP a instalar uma CPI para investigar as obras e contratos da Linha 4 – Amarela, mesmo que os parlamentares tucanos evitem ao máximo comprometer a gestão do ex-governador Geraldo Alckmin.

 

Será uma questão de compromisso com os cidadãos: construir mais metrô para São Paulo, mas não destruir a vida das pessoas.