Escrito por: Rosely Rocha

7/9 em SP: Sérgio Nobre defende punição a Bolsonaro e ações contra tarifaço de Trump

Presidente da CUT afirma que ex-presidente Bolsonaro deve ser preso por golpe e crimes na pandemia e convoca trabalhadores para enfrentar golpistas nas eleições de 2026

Dino Santos

Em São Paulo, com a Praça da República lotada de manifestantes no ato do 7 de Setembro do Povo, o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, fez um chamado à população para defender a democracia e a soberania do país. “é importante a classe trabalhadora entender o que está acontecendo”, disse o dirigente ao Portal da CUT.  

Antes, em sua fala, no palanque, Sérgio Nobre destacou a importância dos atos e o caráter histórico deste 7 de setembro, elencando os principais fatos que devem mobilizar a população. Entre eles a punição aqueles que planejaram um golpe de Estado no país – entre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro e a defesa da soberania do Brasil, atacada entre outros motivos, pelo tarifaço de Donaldo Trump ao Brasil.

Ao lado de presidentes de outras centrais sindicais e lideranças de movimentos sociais, ele anunciou ações contra as retaliações do presidente dos Estados Unidos. Uma importante reunião, no dia 18, Bruxelas, na Bélgica, deve reunir presidentes das centrais brasileiras denunciar o tarifaço tema.

“Nós vamos ter uma reunião com a secretária-geral da Organização Mundial do Comércio, a OMC, para levar relatório sobre as consequências do tarifaço criminoso do Trump ao Brasil e como ameaça o sistema produtivo do nosso país e o emprego da classe trabalhadora”, explicou.

Segundo o dirigente, a CUT e as demais centrais vão denunciar o desrespeito às regras do comércio internacional. “O comércio internacional tem regra e a OMC é responsável por guardar essas regras e nenhum presidente do mundo tem o direito de atravessar as regras internacionais. O Trump não pode continuar impunemente desrespeitando as instituições multilaterais”, disse.

Sérgio Nobre também afirmou que a viagem será uma oportunidade para rebater versões golpistas que circulam no exterior. “Os golpistas estão espalhando pelo mundo que o Bolsonaro tá sendo perseguido pela justiça brasileira. Se tem alguém que não pode reclamar de perseguição da justiça brasileira é o Bolsonaro”, disse.

Ele lembrou os crimes cometidos pelo ex-presidente durante a pandemia e na tentativa de golpe de Estado. “Só o que ele fez quando era presidente, na pandemia, de fazer campanha contra a vacina, contra o uso da máscara, de zombar das pessoas que morriam por falta de oxigênio, ele já merecia ir pra cadeia e passar o resto da vida preso. E ele vai ser preso porque ele tramou um golpe de Estado, porque ele queria o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin, o assassinato de autoridades do Congresso Nacional e da Suprema Corte”, declarou.

Sérgio Nobre foi enfático ao afirmar que a prisão de Bolsonaro é uma questão de justiça para com as vítimas da Covid-19. “O Bolsonaro não tem nada de inocente. Ele vai pra cadeia em memória dos mais de 700 mil mortos desse país, filhos da classe trabalhadora”, ressaltou.

O presidente da CUT também criticou a tentativa de setores do Congresso de minimizar os crimes de 8 de janeiro. “Canalhas no Congresso Nacional estão querendo anistiar bandidos, dizendo que quem foi no 8 de janeiro era só baderneiro. Ninguém que foi no 8 de janeiro era baderneiro, era golpista que foi convocado para ir para lá, impedir o governo do presidente Lula legitimamente eleito pelo povo e todos eles vão ter que pagar pelos seus crimes”, afirmou.

Por fim, convocou os trabalhadores para a eleição de 2026. “Nós vamos tirar do Senado, da Câmara dos Deputados, aqueles que votarem a favor da anistia para golpista, inclusive esse ‘patife’ desse governador Tarcísio, que fala que é um estrangeiro no nosso estado, admirador e fascista, que é o Trump, quis defender a família, mas a família que ele defende é do Bolsonaro”, disse.

E concluiu: “Fora golpistas, estamos na luta até a vitória. Viva o Brasil soberano, viva a classe trabalhadora”

O 7 de Setembro do Povo

À reportagem da CUT, Sérgio Nobre destacou que o Dia da Independência de 2025 assumiu um caráter histórico. “Um dia histórico, porque a nossa soberania, nosso país nunca foi tão atacado como agora. Atacado por uma extrema direita apoiada pelo governo dos Estados Unidos, por Donald Trump. E é muito importante que a classe trabalhadora entenda o que está acontecendo”, afirmou.

Segundo Nobre, a realização de atos em diferentes cidades está dialogando com a população sobre as ameaças à soberania nacional. “É isso, mostrar para o povo brasileiro que o que os Estados Unidos querem é eleger alguém de extrema direita para acabar com os direitos trabalhistas, para acabar com a organização sindical, com o movimento popular, para entregar soberania e ver o Brasil de volta a ser um quintal dos Estados Unidos. Então nós não podemos permitir isso”, disse.

Soberania e classe trabalhadora

Para o dirigente, a luta pela soberania também passa pela defesa de direitos sociais e trabalhistas. Ao se referir à democracia como melhor sistema de sociedade. Ele afirmou que “nas ditaduras, a primeira coisa que morre é o direito dos trabalhadores, é a legislação trabalhista. O que sobra pros trabalhadores é repressão, exílio, assassinato. É na democracia e na soberania que a gente consegue defender direitos, ampliar os nossos direitos, se manifestar de maneira livre, fortalecer os nossos sindicatos e é isso que tá em jogo”, afirmou.

O presidente nacional da CUT ressaltou ainda que a defesa da democracia está diretamente ligada ao futuro da classe trabalhadora. “A democracia é muito mais do que a liberdade de você falar ou de você votar. É o direito de viver, de trabalhar, ser feliz de graças aos filhos, de ver eles na universidade e construir um futuro digno”, disse.